O nosso estado conta com parques lindíssimos em sua exuberância, mas você já se perguntou o porquê dessa beleza característica? É claro que todos os lugares no mundo possuem suas belezas, mas a Mata Atlântica rouba o coração de muitos!!!
E é na Mata Atlântica que nossos parques ficam, um dos biomas mais ricos em biodiversidade no mundo que possui muitos atrativos sensoriais para os seus habitantes.
Ela tem esse nome pois está próxima ao oceano Atlântico, e possui uma vegetação exuberante e com acentuado higrofitismo, ou seja, plantas que se adaptam bem a água. Possui característica vegetal bem densa que é classificada por extratos ou níveis, quanto mais níveis, mais diverso é a vida presente no local, e a mata atlântica possui três: no nível mais alto está presente árvores de grande porte, que podem chegar a até 60m de altura, e que formam um dossel de folhas, cobrindo toda a extensão do local e bloqueando grande parte dos raios de sol, no segundo nível, está presente uma série de arbustos que circundam essas árvores, preenchendo quase que totalmente o espaço entre elas, no terceiro e mais baixo nível estão as gramíneas, plantas bem pequenas, que precisam ter folhas grandes para conseguirem captar a pouca luz solar ali. Isso tudo junto forma uma visão de verde infinito, onde você não vê o chão, vê muito pouco azul do céu e pode acabar se perdendo pelo caminho, pois está rodeado de plantas por todos os lados, sem muito espaço para se mexer sem encostar em nenhuma.
Mas não se assuste, pois se você fechar os olhos e ouvir com atenção, vai perceber todo o tipo de vida que estas matas abrigam. No topo das árvores podemos encontrar bichos-preguiça, morcegos e macacos muriqui, no chão, por debaixo das folhas mais baixas, você pode ter contato com furões, saguis, onças e pacas, cobras e lagartos de várias cores e tamanhos. E tudo isso sem falar nas aves de enorme beleza e porte que habitam as copas das árvores, pintando o verde infinito com pontos de cor, sendo eles o pica-pau, gaviões e até as belas arapongas.
Por ser um local pouco ventilado, muitas vezes se encontra muito úmido e muito inclinado a receber muitas chuvas no local, tanto por conta da proximidade com o mar quanto pelos ventos que sopram do oceano direto para o continente. Essa umidade ao encontrar as montanhas que cercam a mata, formam chuvas extensas, o que ajuda a abastecer os lençóis freáticos que estão embaixo dessas matas. No solo, muitas folhas e restos animais se acumulam e acabam formando uma camada chamada serrapilheira, e é a decomposição dessa camada que ajuda o solo a sempre estar rico e abastecido de nutrientes.
Por ser um bioma de grande extensão, acabamos encontrando microclimas dentro dele que precisam ser classificados em subdivisões, e cada uma destas contam com características próprias, condições particulares e faunas e floras exclusivas. Algumas delas são listadas a seguir:
Ecossistemas do bioma da Mata Atlântica
Definidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992:
· Floresta Ombrófila Densa;
Possui árvores muito altas, de até 50 ou 60 metros de altura, e plantas muito próximas uma das outas, como as samambaias, arborescentes, bromélias e palmeiras.
· Floresta Ombrófila Aberta;
É como o nome diz, uma área de transição entre a Ombrófila densa e as áreas próximas de outros biomas.
· Floresta Ombrófila Mista;
Ela abriga a mistura de árvores coníferas com as outras árvores folhosas, o que gera um ambiente bem característico de grandes altitudes no Brasil.
· Floresta Estacional Decidual;
Neste ambiente as plantas perdem suas folhas no período de estiagem (seca), e acontece na região nordeste do brasil, perto das áreas onde o cerrado e a caatinga se encontram.
· Floresta Estacional Semidecidual;
Já nesse bioma, apenas 20-50% das plantas que perdem suas folhas, e ele costuma ocorrer na região sul e sudeste, onde há regiões de maior altitude e menor temperatura.
· Mangues;
Característico por ser um bioma de transição (entre outros biomas mais predominantes), o mangue possui maioria de vegetação com raízes expostas (aéreas), em regiões alagadiças e de ar extremamente úmido.
· Restingas.
São áreas arenosas, com muitas plantas arbustivas, predominantemente costeiras e próximas ao mar, o que possibilita abrigo à muitas comunidades de animais marinhos.
Ocupando a maioria da costa do nosso país (15% do território nacional), se estendendo do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, esse bioma abriga florestas que são responsáveis por serviços essenciais utilizados por nós cidadãos, como: todo o processo de abastecimento de água, proteção de encostas e atenuação de desastres naturais, equilíbrio climático regional, proteção e fertilização dos solos, produção de alimentos e materiais essenciais como madeira, óleos, fibra e matéria prima para a produção de muitos remédios.
Além de todas essas funções econômicas, as florestas do nosso bioma abrigam uma gama exemplar de grande biodiversidade, contando com:
· 20.000 espécies de plantas (35% das espécies de todo o Brasil, aproximadamente)
· 850 espécies de aves;
· 370 espécies de anfíbios;
· 200 espécies de répteis;
· 270 espécies de mamíferos;
· 350 espécies de peixes.
Para fazermos um comparativo dessa grandeza podemos destacar que em todo o continente da América do norte possui 17 mil espécies vegetais e a Europa conta com 12,5 mil.
Mas toda essa diversidade pode desaparecer se não tomarmos conta dela, já que muitas espécies nacionais estão em risco de extinção por serem exclusivas do Brasil (endêmicas) e há muita exploração ilegal de seus recursos, que acabam por desequilibrar e impedir que o bioma se recupere devidamente dos danos humanos. Como uma tentativa de evitar que isso ocorra, nós possuímos as Unidades de Conservação (UCs), conhecidas popularmente como parques e reservas, que são protegidas por lei para preservar esse patrimônio natural e sociocultural. Atualmente nosso bioma conta com 1.191 UC’s.
Nosso bioma também é protegido pela Lei nº 11.428/2006, conhecida como Lei da Mata Atlântica, regulamentada pelo Decreto nº 6.660/2008. E no dia 27 de maio é comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica.
Referências:
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